Em 1992, no cerne de uma Sarajevo sitiada pela brutalidade da guerra, um homem fazia da sua música uma forma de resistência, um ato de coragem que, de alguma maneira, transcendia a barbárie à sua volta. O violoncelista de Sarajevo era muito mais que um músico, era um símbolo da capacidade humana de encontrar beleza mesmo nas situações mais desoladoras. A história de Vedran Smailović, transformada na ficção de O Violoncelista de Sarajevo , de Steven Galloway, é uma das mais poderosas metáforas da guerra e da paz. Em meio ao caos dos bombardeios, dos snipers que ceifavam vidas a qualquer momento, o som de um violoncelo tocando o Adágio de Albinoni se tornava, como o próprio autor descreve, uma afirmação da vida diante da morte. Ele tocava por todos os que haviam perdido suas vidas naquele massacre brutal, em uma homenagem aos 22 mortos de um bombardeio indiscriminado. Essa música ressoava como um grito silencioso de resistência, como uma forma de se recusar a ser silenciado pelo horror....
Esta página é um arquivo virtual que reúne minhas reflexões sobre minha mobilidade acadêmica na Bósnia e Herzegovina durante os anos de 2023 e 2024. Os textos aqui apresentados são impressões pessoais, não se propondo a representar a realidade de forma absoluta, mas um convite à reflexão sobre essa experiência.